Que esta é uma das disputas a presidenciais mais concorridas desde a redemocratização, isto não há dúvidas. Não há dúvidas também, do quanto os candidatos ao palácio tem trabalhado em suas propostas aliadas às estratégias de marketing, que muitas vezes, acabam sendo uma verdadeira maquiagem à realidade.
Papai e mamãe geram fórmula de sucesso
No ringue do Marketing, temos de um lado, a belíssima, extraordinária e bem avaliada campanha da candidata Dilma Russeff, que colou na imagem de Lula, ligeiramente abusando da ingenuidade dos menos intelectuais, porém, provando usar uma fórmula de sucesso. Quem trabalha na campanha da petista, nada mais é que João Santana, nome escolhido a dedo pelo próprio presidente. Santana ressalta o valor da figura feminina, a educação e tenta comparar a história de Dilma com Lula, levando até mesmo a uma leve confusão do eleitor. Infantiliza, porém conquista o eleitorado com toda esta história de 'pai' e 'mãe'. Entretanto, os números compravam que o programa da petista (em uma pesquisa DataFolha, 54% do eleitorado o considera melhor) é o melhor entre os candidatos. Um espetáculo de imagens, de falas, de números. Uma fotografia espetacular, que mistura orgulho e emoção a quem assiste, que infelizmente, é assim como dos demais candidatos, manipulação a nossa mente.
Com a 'Serra' no pescoço
Opondo-se a estrela do PT, temos um tucano, que bate asas na tentativa incessante de alçar vôo. O jornalista Luiz González, tem uma missão muito mais difícil nas mãos, na tentativa de ascensão da campanha do candidato José Serra. González parte para o chamado ‘propalismo’ misturando propaganda e jornalismo. A campanha de Serra na TV começou tímida, batendo na cansativa tecla da saúde. O próprio tucano, deu nota 5, para o marketing de sua campanha. A situação ficou apertada e o tucano começou a perder votos e agora podemos observar claramente uma mudança. O programa tucano tem identidade própria, porém começa a mostrar números, e depoimentos (que chegam a sensibilizar). Tenta aproximar constantemente Serra do eleitor, onde ele fala ‘olho no olho’ e mostra sua experiente biografia. Porém, González não pode deslizar em momento algum com críticas diretas ao atual governo, pois seria como dar um tiro no próprio pé. Alguns cutucões são dados nos adversários de forma sutil. Na campanha de Serra, sobra carisma e talvez boas intenções. Na de Dilma, sobra efeitos e emoções, mas no fim, ambas são banhadas em ‘Photoshop’.
Marina Lá... Lá, lá...
Paulo Tarso, famoso por criar o jingle ‘Lula lá’ é o que mais tem dificuldades para vender seu produto, Marina Silva, que não alcança nem 2 minutos na TV e estagnou nos números a corrida presidencial. Sua propaganda é bem mais publicitária, apostando em quadrinhos e até mesmo em famosos pedindo votos. Marina destaca de forma rápida sua biografia, e dá destaques a educação e sustentabilidade com freqüência. Discurso fraco. Porém, infelizmente é praticamente impossível fisgar o eleitor com tão pouco suporte. Enquanto isso Marina vai fisgando curtos espaços em inserções diárias de candidatos ao governo e senado pelo seu partido.
Têm-se três desafios: O de João Santana, em provar que Dilma não é somente uma marca de Lula; o de González, com a tarefa de convencer o eleitor a usar outra ‘marca’ e o de Tarso, de apresentar uma marca nova, que dificilmente entrará no mercado. Que vença o melhor... Marqueteiro!